terça-feira, 12 de agosto de 2008

linhas das leis



tenho uma aparição projectada no tecto do meu quarto
e vejo a camada gorda a meus pés
enquanto quase sinto o cheiro da aura
que se desprende do corpo frágil
projectado nesta aparição.
é que a gente cai sempre duas vezes,
quando da primeira alguém nos agarra
antes de tocarmos realmente no chão
e provarmos o sangue entre os dentes.
e às vezes nem à segunda,
e continuando com a aparição,
constante como oxigénio,
não aprendemos que as leis são para serem quebradas todos os dias,
porque a linha central é demasiado estreita para caminharmos sobre ela
e só equilibramos a loucura da normalidade numa das extremidades.
agora escolhe o pólo que mais te convém
que o outro é só para deitar o olho de vez em quando.

4 comentários:

Suponho que sim disse...

"não aprendemos que as leis são para serem quebradas todos os dias,
porque a linha central é demasiado estreita para caminharmos sobre ela"

Só as quebramos se não fomos nós a fazelas. Achas que um poderemos ser nós proprios a fazer as nossas leis? Porque queremos, o que queremos. Só porque nos apetece.

espektrum disse...

a ideia era em relação às leis que nos infligem, da sociedade, da "etiqueta", etc..
mas respondendo à tua pergunta: "suponho que sim"! =)
eu tenho as minhas leis. e como são feitas à minha medida, geralmente essas não preciso/costumo de quebrar.

Sara C. Rodrigues disse...

Se existem leis, então essas serão quebradas. Ninguém é perfeito. Ninguém as seguirá todas.

E sejamos sinceros, qual é a lei que depois de quebrada, não nos dá um prazer interior e rebelde? Todos nós queremos ser rebeldes em algum momento... Todos nós sentimos esse prazer...
No entanto "seja responsável..." aja "...com moderação." =p

Ed Wood disse...

"agora escolhe o pólo que mais te convém
que o outro é só para deitar o olho de vez em quando."