quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

introdução




(isto acabou por sair maior do que o previsto.. mas é importante que leiam, pelo menos eu gostava que lessem. tempo estimado: 5 solidários minutos. equivalente a quase duas páginas no word, com letra tahoma, número doze.)


já passaram uns dias desde que abri isto aqui, porque não sei bem como começar.
isto porquê?
porque a ideia para este blogue seria uma espécie de baú com tudo o que escrevi até hoje e o que vou escrevendo no presente.
um blogue egoísta de desabafos.

se calhar tinha mais sucesso se fizesse um blogue com piadas e críticas ácidas e tal, mas talvez não tenha muito jeito. de quando em vez, até pode ser que aconteça.
pode ser um chato, mas achei mesmo necessário uma espécie de introdução (que é isto que estou a fazer) antes de começar aqui a despejar palavreado, para que surja, assim, um contexto para a coisa.
começando pelo nome..
delírios quotidianos, era uma peça de teatro na qual participei, na escola de teatro do barreiro, arte-viva (ver imagens - eu sou o de casado verde =) ). era um conjunto de pequenos sketches inspirados em situações da vida real. um kitsch show com absurdo onde no palco se mostravam situações que muito facilmente encontramos numa revista qualquer, ou nomeadamente na revista maria que todos conhecem, como por exemplo: como pintar o cabelo em 10 minutos em casa, como fazer com que ele olhe para si numa festa, etc. situações que lemos com muita normalidade e que até nos dão jeito no dia a dia, mas que ali no palco tomavam uma dimensão hilariante. outros sketches brilhavam pelo exagero, como por exemplo, o drama de uma senhora muito “fina” a lavar um prato sujo, munindo-se de luvas, máscara e fato de macaco, com a música da missão impossível como fundo, ou um encontro de dois amigos que não se viam há muito tempo, que demoravam mais tempo a cumprimentarem-se, numa coreografia ridícula com passos do michael jackson e maracas à mistura, do que a conversarem. coreografias muito bem ensaiadas, com Lhasa na banda sonora e tudo. esta peça tinha de tudo. de tudo que nos surge na vida. coisas que vistas como espectadores soam a estranho, mas que, no fundo, lhes são muito próximas. pequenos delírios. quotidianos.
agora, como é que se relaciona isto com este blogue?
à primeira vista quase nada, só o nome.
na verdade são marcas minhas do dia a dia, mas talvez sem as cores e o cómico da peça.
essa peça que foi apenas há três anos e que agora me parece que foi num passado muito distante.
e é exactamente aqui que se pode começar a entender este blogue, que fala de uma pessoa numa metamorfose de vários tipos de transformações num curto espaço de tempo, quando as condições em redor deixam de ser as ideias para uma vida normal, seja lá o que isso for. de uma pessoa que escreve sobre tudo, de si própria, em vários estados de espíritos e em várias situações, em várias épocas. dependendo de estas variáveis, fui inventando nomes para assinar os meus textos, porque às vezes não faz sentido assinar com o meu nome real, quando as coisas não me parecem reais, como um nome. e como não tenho muito jeito e paciência para inventar nomes “a sério”, dei-me nomes que estavam mais à mão, por exemplo, personagens de filmes, nomes de coisas encontrados nos livros da escola, nomes que me surgiam na cabeça depois de reler os meus textos, etc. nomes como gollum (ver senhor dos anéis) para a minha faceta mais pessimista, espektrum (ver primeiro post) para a minha faceta mais individualista, volvox (alga unicelular mas que vive em colónias porque de outra forma não poderia sobreviver) para a minha faceta dependente de tudo e todos, liar (ouvir a banda liars) para a minha faceta mais desconhecida, dr. hostil para a minha faceta mais destruidora, e de momento não me lembro de inventei mais nomes.
hoje, olhando para estes nomes, soam-me mal, estupidamente ridículos. se calhar devia mesmo ter tido o trabalho de arranjar nomes mais pomposos tal como fernando pessoa e outros. mas a ideia era só para eu me lembrar exactamente do tempo e do espaço em que escrevi determinado texto ao relê-lo mais tarde. agora não sei se os meus textos vão estar sempre assinados ou não, por estes nomes, ou outros, ou o meu mesmo. agora, e passado tanto tempo, já me parece perfeitamente normal que tudo o que falei e escrevi, possa ser proveniente de apenas uma só pessoa, de uma única mente. porque as coisas mudam.
sim, tudo muda, as pessoas mudam.
eu sou mais uma pessoa, e isto aqui não vai ser do agrado de toda a gente, especialmente para as pessoas que pensem assim: “olha agora.. não tenho mais nada que fazer do que ler sobre a vida de um gajo egoísta e narcisista qualquer armado em esperto”. se pensas assim, podes parar deler neste preciso momento e clicar ali no canto superior direito, numa cruzinha vermelha, e escusas de cá voltar. por outro lado, pode ser interessante visto de longe, de forma estética e poética. e é a visita destas pessoas que me interessa!
para essas pessoas:
este é o meu blogue! - inspirado na vida e em todas as surpresas que ela nos incute, um conjunto de metáforas ao quadrado, hipérboles, ironias, sentimentos variados, neologismos, contradições, mentiras e verdades, dependendo da perspectiva, tempo e espaço.
para as pessoas mais distantes, pode parecer tudo muito abstracto, para pessoas mais próximas de mim, e como já aconteceu anteriormente, podem a dada altura, ao ler um dos meus textos, dizer isto: “ele está a falar de mim” ou “ele está a falar daquela situação”.

p.s.: tal como a ausência de maiúsculas (ver primeiro post), também não gosto muito das reticências (os três pontinhos). é estúpido, mas mesmo assim vou tentar explicar. temos o ponto final (.) e temos as reticências (...), mas não há nenhuma pontuação intermédia com apenas dois pontos horizontais(..). ora, se não há, porque é que se passou do ponto único para três ponto? ainda se houvesse a pontuação (..) ainda percebia. mas sendo assim, não me faz muito sentido. pronto, foi só uma pequena explicação para quando virem aqui isto (..) foi de propósito, assim como a ausência de maiúsculas na maior parte dos casos. aliado a esta explicação, há ainda o facto de às vezes escrever tão depressa, que nem dá jeito sequer, e nem sai bem se for à mão, as ditas reticências. e ainda, esteticamente, fica um espaço de demasiado grande entre as letras separadas por reticências (xx... yy). tanto a ausência de maiúsculas, como as “novas” reticências, como outros factores que posso enunciar como os neologismos e palavras entre aspas, podem ainda ser explicados pela natureza desleixada dos textos, a falta de paciência para estas mordomias da língua, a ruptura com o que é muito correcto porque isso nem é o mais importante aqui, o facto de ter de escrever tudo rapidamente para que consiga realmente escrever tudo o que se pensa ao mesmo tempo em determinadas situações.
um lado positivo disto, desde “pê esse”: imagina que um dia sou famoso e tal e que até aparecem coisas minhas nos livros de uma disciplina tipo português.. já deixei algo escrito para a compreensão da obra, em vez de aparecerem aí uns sabichões da análise textual a adivinharem o significado destes pormenores.


se chegaste a aqui, parabéns! estás preparado para cá voltar. obrigado..

6 comentários:

Anónimo disse...

Ehh cheguei ao fim xD

Li o teu nick e como sou uma cusca decidi visitar este pequeno espaço. Confesso que não sei bem como responder. Enfim...

Eu lembro-me do teatro :D eu fui ver. Tenho saudades de ir ao teatro... embora estude teatro infelizmente não vou ver uma peça há buéééé... simplesmente tenho que as ler o que é uma seca. Mas olha quando a tua vida realmente se tornar uma seca, lê as tragédias classicas (tipo Orestes, Oresteia, Fedra...). São Altamente \o/

E pronto... concordo contigo em certos pontos quando falas de ti e te acusas de certos adjectivos à tua persona. E sabes, és mesmo do signo gémeos!

Continuação de boas aulas e olha... BOM NATAL :D

Anónimo disse...

gostei, sr luis
vi isto no nick e tive de coscuvilhar! ha coisas que nunca mudam ^^

ps: pode ser k ag leia coisinhas tuas =)
*

espektrum disse...

olha olha..
o exemplo de duas pessoas que visitam a minha mente e saem pr o papel! =)

beijinhos à estrela da manhã e à fêmea africana! x'D

voltem sempre.

mariana, a miserável disse...

eu penso que li tudo..
quando digo penso..justifico com o facto de ter estado a respirar diluente durante 6 horas e de os meus olhos cairem para a linha seguinte(isto não é só uma desculpa) mas deu para perceber o que explicaste..
e tenho a dizer que também uso “..” mas a minha justificação é mais estranha..gosto do numero 2..
tenho outro blog no qual escrevo outras coisas..
nada de muito importante nem muito critico nem muito bonito nem muito inteligente..ou as vezes isso tudo
historias de nós é o que nos dá mais gozo a escrever e ler..acredita

Sara C. Rodrigues disse...

Confesso que já há imenso tempo que esperava por ler um blogue teu! =) E olha cá está ele... =)

Para já vou dizer uma coisa que é: eu uso (... - Reticências) e GOSTO! =P

Porque tal como todas as normas ortográficas, as reticências representam um determinado tipo de pontuação. Representam o suspense... O deixar por dizer algo, que poderia ser dito, mas que não o é.

Eu gosto de deixar coisas por dizer, para que a curiosidade não deixe de existir... Para que a imaginação possa dar lugar a uma experiência, por si, agradável... E porque existem coisas que todos sabem, e que tornam a repetição desnecessária...

E se começasse a questionar o porque de não existir uma pontuação intermédia (..), teria que questionar tantas outras coisas que não tem explicação, que me levaria a uma maratona de questões... e a vida não é só fazer perguntas e receber respostas, tenho muitas outras coisas para fazer. Não digo com isto que é errado questionar as "coisas" da vida, antes pelo contrário.
Mas que, a meu ver, existem, de facto, outras perguntas mais pertinentes para fazer, existem...

Ok... e com isto já me alonguei. LOOL

Vou dizer aquilo que realmente queria dizer!

Vai ser um prazer ler os teus registos. Entrar na tua mente com a devida permissão. E espero, também eu, rever-me nos teus conjuntos de palavras =)

(sim, evito dizer textos. Precisamente, porque "textos" passa a ideia de vasta amplitude, de alguma normalidade. E as tuas ideias são tudo menos normais. São em vez disso, diria eu, arte Gráfica) =)

Beijinhossss grandesss de quem te adora

Continua a delirar no quotidiano =)

espektrum disse...

sara,
eu tb uso reticências, só q uso as minhas (..).
capiche?
têm o msm significado q as tuas.
só q n me apetece usar 3 pontos pq dá menos trabalho usar apenas 2.
só isso, lol.
e tb n é nada q eu questiono assim com tanta importância. n vou gritar na hora da morte: "porquêêêê?!"
até foi mais por brincadeira.
pronto, é só uma mania minha e acho mais bonito e n sei quê.

r.i.p. pierre.
e cá fico eu e a sara a orar por tua graça (e q graça!).