
tenho uma aparição projectada no tecto do meu quarto
e vejo a camada gorda a meus pés
enquanto quase sinto o cheiro da aura
que se desprende do corpo frágil
projectado nesta aparição.
é que a gente cai sempre duas vezes,
quando da primeira alguém nos agarra
antes de tocarmos realmente no chão
e provarmos o sangue entre os dentes.
e às vezes nem à segunda,
e continuando com a aparição,
constante como oxigénio,
não aprendemos que as leis são para serem quebradas todos os dias,
porque a linha central é demasiado estreita para caminharmos sobre ela
e só equilibramos a loucura da normalidade numa das extremidades.
agora escolhe o pólo que mais te convém
que o outro é só para deitar o olho de vez em quando.